Pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul querem testar como os idosos estão dirigindo. Eles querem saber de que forma a idade interfere nos reflexos e na habilidade desses motoristas. Para isso estão usando até um simulador que reproduz situações reais do trânsito. Ao todo serão 70 idosos voluntários que tenham carteira de habilitação e que ainda dirijam.
“O simulador cria um ambiente virtual no qual o motorista pode dirigir um carro através de uma direção que é real e ele vai passear por uma cidade que vai ter os mesmos elementos de uma cidade real. Vão ter carros, vão ter sinaleiras, vão ter acidentes, eventualmente vai ter uma rua que está molhada e ele vai ter que ter mais cuidado, vai ter um ambiente de chuva e tudo isso ele vê na tela de um computador”, explica Marcio Pinho, professor da Faculdade de Informática da PUC-RS
O estudo vai incluir também testes clínicos, para avaliar, por exemplo, a memória. “A nossa ideia principal é poder criar um protocolo onde a gente consiga saber que testes avaliam melhor essa capacidade de condução que hoje isso não tem. Hoje não tem uma forma de avaliar e na renovação da carteira, que é feita de três em três anos depois dos 65 anos, essa avaliação é bem resumida, se verifica a questão visual, se faz algumas perguntas pro idoso, mas muita pouca atenção tem se dado às habilidades cognitivas, que são muito importantes pra manter a condução segura”, fala a neuropsicóloga Adriana Vasques.
O médico geriatra Rodolfo Schneider diz que é importante que o idoso que dirige faça uma avaliação pelo menos a cada seis meses, para detectar problemas que possam interferir na direção como catarata, diabetes, hipertensão e até estágios iniciais de doenças como Alzheimer.
Ele alerta para algumas situações no dia a dia que a família deve ficar atenta. “Pequenas colisões em casa, pequenos acidentes, por exemplo, ao retirar o carro da garagem, envolvimentos maiores com situações no trânsito, já podem chamar a atenção que aquele idoso pode estar tendo uma dificuldade maior pra dirigir”.
Newton Boanova tem 60 anos e é taxista há mais de 15 anos. Ele adora a profissão e nem pensa em sair das ruas. “Além de eu dirigir o táxi eu me mantenho muito ativo fisicamente e eu acho que mantendo ativo fisicamente eu consigo não sentir diferença nenhuma”.
O número de motoristas com idade acima de 65 anos aumentou 30% no Rio Grande do Sul nos últimos sete anos, segundo dados do departamento de trânsito. Hoje, o estado tem quase meio milhão de condutores nesta faixa etária. Esse número corresponde a 10% do total de motoristas do estado.
Arlindo Durks faz parte deste grupo. “Evidentemente que a gente não tem aquela perspicácia, aquela atividade rápida que tinha aos 20 e poucos anos, mas agora eu considero que tenho compensação com a maneira mais tranquila, mais pacífica, mais solidária de dirigir o veículo”.
A pesquisa vai começar agora em maio e a faculdade ainda está selecionando idosos voluntários que queiram participar. Para se inscrever, basta enviar um email para adriana.vasques@acad.pucrs.br ou ligar no número (51) 9360-5764.
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