sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Doença de Alzheimer: breves reflexões

                              

Refletindo sobre algumas conversas e leituras acerca do tema, como havia comentado no artigo da semana passada, proponho uma reflexão sobre a doença de Alzheimer, em especial, o porquê de termos tanto medo de sermos futuros portadores ou de nossos familiares serem acometidos por ela.
 
1- A falta de informação sobre a doença: sem dúvida, esta é uma das principais razões que justificam o medo que as pessoas têm da D.A. Atualmente a internet é um importante aliado para familiares e cuidadores, pois esta ferramenta possibilita a difusão da informação em tempo real, no momento em que a pessoa tiver disponibilidade (visto que sabemos que muitas vezes o cuidador simplesmente não pode comparecer às reuniões da ABRAZ ou de outros grupos porque não tem outra pessoa que possa ficar em casa com o idoso naquele momento). Geralmente temos medo do que não conhecemos e, infelizmente, há casos em que a família recebe o diagnóstico, mas não encontra espaço para perguntar, esclarecer suas dúvidas, expor seus medos e inseguranças. Na dúvida é sempre importante perguntar e esclarecer possíveis dúvidas.
 
2- O fato de ainda existirem algumas incertezas sobre a doença: novas pesquisas parecem apontar resultados promissores, porém, é fato que ainda existe muita coisa a descobrir. A ciência também ainda não conhece muito sobre a doença, dados importantes como causas, cura, influência da hereditariedade, possíveis vacinas, tratamentos realmente eficazes para reverter os sintomas ainda são incógnitas para cientistas, profissionais da gerontologia e a população em geral.
 
3- O desespero: infelizmente, familiares e idosos mal informados podem cair na mão de pessoas ditas profissionais inescrupulosas que aproveitam do momento de fragilidade para venderem fórmulas ditas milagrosas a preços exorbitantes. Lembrem-se que infelizmente ainda não existe cura para a doença, portanto, não caiam na conversa destas pessoas, mesmo na ansiedade de curar quem vocês gostem. Lembrem-se que a atenção e o cuidado anda são os diferenciais nesta luta diária.
 
4- Se meus pais foram vítimas da D.A. eu também serei: por enquanto, não há nada que comprove isto. Espero que não, pois meu pai foi vítima da D.A. e não desejo isto para mim. A questão é não ficar se martirizando com esta possibilidade, pois assim corremos o risco de deixarmos de viver nossas vidas em função de especulações inconsistentes sobre o futuro. Não sabemos o que o futuro nos reserva, portanto, não vale a pena ficarmos nesta ansiedade por causa disto. Já ouvi pessoas cujos pais tiveram a D.A. relatarem não querer ter filhos com medo de que os mesmos também desenvolvam a doença quando estiverem idosos. Será que este medo é justificável?
 
5- D.A. é sinônimo de institucionalização: nem sempre. Têm famílias que optam por cuidar dos portadores em casa. É importante lembrarmos que nem sempre as ILPIs (instituições de longa permanência para idosos) são sinônimo de abandono e maus-tratos. Pelo contrário. Muitas destas instituições dispõem de excelentes recursos humanos e materiais para o cuidado gerontológico, e podem acontecer situações em que a família simplesmente não dispõe de condições de cuidar de um idoso em casa, por isto optam pela institucionalização.
 
6- A D.A. não é uma doença infecto-contagiosa, não causa dor física: porém, mesmo assim, muitas pessoas parecem ainda ter medo de lidar de perto com os portadores. O portador da D.A., como todos nós, quer carinho, quer atenção e, principalmente, precisa de respeito. Por que priva-lo do contato com a família? Não existem motivos lógicos que expliquem o por que de muitas famílias isolarem-nos do convívio social. (A doença já os priva da sua própria história de vida, não temos o direito de retirar mais coisas deles).
Enfim, ainda existem muitas razões para temermos esta doença, não discordo, acredito que, se pararmos para pensar, todos nós ficamos com uma pontinha de medo, especialmente quando notamos que estamos esquecendo das coisas com freqüência, porém, não podemos deixar que esta insegurança impeça-nos de viver cada etapa de nossas vidas. Acredito que se superarmos a falta de informação e o preconceito – grandes empecilhos em nossas vidas – poderemos proporcionar uma melhor qualidade de vida para os portadores da D.A. E tenhamos esperança, pois parece que a ciência aponta resultados promissores nesta área!
 
Luciene C. Miranda
 http://www.cuidardeidosos.com.br/doenca-de-alzheimer-breves-reflexões















quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A FAMÍLIA QUE ATRAPALHA....

                                      

A família que atrapalha A família que atrapalha
 
Muito mais que medo da morte e da doença fatal, parece ser unânime o medo da velhice avançada com dependência. Observe que não coloquei somente o medo da idade avançada, mas o medo da dependência. Ficar idoso e ter idade avançada é uma grande conquista do século XXI, pois para a grande maioria dos idosos é um tempo de muita independência e autonomia.
Mas quando uma doença incapacitante chega, trazendo a falta de autonomia, a perda do controle de sua vida e a dependência, parece que muitos esquecem que passaram 20-30 anos de uma velhice saudável e só reclamam e lembram dos últimos anos da sua “triste” vida de dependência da família.
Meus amigos, está claro para todos nós o ciclo de vida que vivemos atualmente: nascemos, somos criança. jovens, adultos, envelhecemos e, no final do ciclo, ficamos dependente da família ou das instituições de longa permanência para idosos e, um dia,  morreremos. Reparem que nesse ciclo de vida que estamos vivenciando, a velhice é o tempo da vida que mais estamos passando. Ninguém fica criança, jovem ou adulto por 20 anos ou mais. Entretanto, milhões de brasileiros estão vivendo 25 a 30 anos de suas vidas na chamada terceira idade!
Voltando a dependência, um dia ela vem… E se não vem, é porque morremos antes. É muito comum ouvir que a dependência é pior que a morte (como se a gente soubesse o que seja a morte). Porém, dependência implica que alguém está subordinado, está obtendo amparo e auxílio de outrem ou de algum grupo ou comunidade. Na grande maioria dos idosos dependentes, a família é a grande provedora de cuidados e de amparo. E aí vem a pergunta: depender da nossa querida família, que com tanto carinho nós cuidamos e criamos, é motivo de pânico, tristeza e desagrado?
Costumo dizer que a melhor família do mundo é a nossa: tanto aquela de onde viemos, como aquela que construímos com nossa(o) parceira(o). É a que contamos para todas as nossas desventuras, nossas conquistas e aquela que nos amparará nos momentos mais necessários. E é nessa família que encontraremos alguns personagens comuns e típicos,  no triste drama de cuidar de um idoso dependente. Descreveremos alguns:
  • A filha (a esposa, a neta, a irmã, a nora) que cuida do idoso sozinha: essa todos conhecem, sempre prestativa e sempre pronta para auxiliar nossos idosos. A escolha é clara e ninguém da família pergunta para ela se  gostaria ou não de assumir os cuidados de seu querido familiar, agora dependente. Também, ninguém da família pergunta se ela está precisando de ajuda ou se precisa tirar férias ou descansar um pouco. Afinal, papai ou mamãe sempre gostou mais dela, sempre morou com ela, sempre deu mais apoio para ela. Agora está na hora dela retribuir. Nunca sabemos por que ela, vez ou outra, pede para que a ajudemos e temos que levar nosso idoso dependente para nossa casa. Mas minha esposa, meu marido não se dá bem com meu pai ou minha mãe. Ou minha casa não está estruturada para receber mais gente. Além de ter que cuidar do idoso, muito dependente, às vezes com doenças como Alzheimer, tem que enfrentar uma doença ainda mais cruel, mais difícil: a indiferença da família.
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  • O irmão que manda muito e pouco faz:  normalmente do sexo masculino, mas pode ser também mulher, geralmente com a melhor situação financeira da família. Mostra aquela aura de preocupação e de carinho pelos pais, mas nunca pode recebê-los em casa. Seu trabalho não lhe dá tempo para isso. Ou não tenho jeito para essas coisas. Ou “minha irmã solteira, viúva, separada tem obrigação de assumir, porque está mais livre para isso”. “Afinal, assumo os remédios e o plano de saúde dos velhos e tenho que pensar em tudo nessa família. Se não fosse eu…”
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  • Aquele que não quer nem saber (o irmão avestruz): esse não pergunta, não quer saber notícias, não visita os pais nos dias de festas, não vai ao hospital, não ajuda com dinheiro e com a presença. “Não é comigo, não quero nem saber.” “Se eu der uma mãozinha… vou acabar entrando na roda e ter que ajudar mais”. Mas quando os pais morrem: “Tô de olho no que é meu direito, ouviram?”
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  • A irmã que parece solícita, mas vive saindo de fininho: Aparece todos os dias na casa onde o pai ou a mãe idosa dependente mora, fica algumas horas, conversa muito, dá muitos palpites, toma cafezinho… Mas quando é solicitada para receber o idoso na sua casa, pois a irmã que cuida precisa fazer uma cirurgia: “Que pena, se tivesse me dito antes, pois já tinha marcado com meu filho de visitá-lo e ver minha netinha, até já comprei a passagem de avião”… “Da próxima vez, pode deixar que ficará tudo por minha conta e responsabilidade!”
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  • O conspirador: Esse além de não ajudar, atrapalha mesmo! Acha que todos estão conspirando contra ele e contra seus pais. A doença do pai ou da mãe não melhora, pois os médicos não sabem nada. Ou: “Meus irmão nunca me ouvem, esses médicos não querem que meu pai melhore, só quer o dinheiro dele.” Ou: “Por que tem que ser somente o remédio que está na receita do médico, não pode ser um genérico ou similar? Quanto será que esse médico não está ganhando do laboratório para receitar esse medicamento?”
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  • O pão-duro: Esse pode até visitar sempre os pais, pode até dar mais atenção e auxílio à irmã que cuida, mas não lhe fale em dinheiro, não lhe peça para ajudar mais nos remédios e no plano de saúde. “Tô com o filho na faculdade, tô gastando o que não tenho!” Ou: “Vocês não tem ideia de minha despesa mensal!”
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  • O irmão que é problema: em quase todas as famílias tem sempre um que é o irmão-problema: o psiquiátrico, o viciado em drogas, o separado que mora com os pais ou o que é alcoólatra. Além da coitada da cuidadora familiar ter que cuidar do pai ou da mãe (ou do pai e da mãe), tem que conviver, tem que morar e sustentar esse bendito irmão-problema. Esse nada ajuda e tudo atrapalha.
Repito: apesar de tudo, a melhor família do mundo é a nossa. Mesmo que seja a família que atrapalha! Conhecem mais algum tipo familiar? Faça seu comentário!
 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

QUANDO O IDOSO NÃO QUER FAZER NADA......

                          

Quando o idoso não quer fazer nada Quando o idoso não quer fazer nada

Quando o idoso não quer fazer nada

Certas doenças nos idosos, como Alzheimer e depressão, podem trazer um tipo de sintoma, de comportamento que incomoda muito os familiares, os cuidadores e os profissionais de saúde: A APATIA. Em certas ocasiões, até pode parece propícia, pois o idoso está quieto na sala, não atrapalha e nem incomoda. Mas com o passar do tempo, a indiferença e a apatia do idoso geram um grande estresse em quem cuida. Também em idosos muito idosos, sem doenças, isso pode acontecer.
O que fazer:
 
*Observe se o idoso participa de atividades sociais e familiares. Nesses casos, a apatia também é causada pela pouca atuação dos familiares e cuidadores. Levar para caminhar se ele puder, visitar família ou chamar os familiares para visitar sua casa, são idéias simples e que ajudam a iluminar o dia-a-dia do idoso.
 
*Procure fazer coisas que o idoso gosta e não que você possa gostar!
 
*Evite infantilizar o idoso, com joguinhos e brinquedos próprios para as crianças. Na dúvida, procure ler a última dica desse artigo.
 
*Também estar ciente de que alguns idosos perdem o interesse em fazer determinadas atividades, porque eles já não conseguem fazê-las de maneira correta e se frustram. Por exemplo, uma idosa que cozinhava muito bem e que agora se esquece como preparar e de como lidar com os ingredientes. Quem sabe se você, familiar, animá-la e ajudá-la no preparo de um prato gostoso?
 
*Se existem oportunidades, mas o idoso não quer nunca participar, procure alguma causa para tal comportamento: depressão? Piora do Alzheimer? Alguma quadro infeccioso? Piora de diabetes ou do hipotireoidismo? Veja com o médico do idoso.
 
* Você sabia que temos um profissional de saúde que poderá ajudar muito com esse problemas de apatia? Procure uma TERAPEUTA OCUPACIONAL. Ela é a profissional certa para ajudar na apatia e nas dificuldades do dia-a-dia do idoso. Seu foco principal é a reabilitação!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 24 de novembro de 2013

QUEM VAI CUIDAR DOS IDOSOS DA FAMÍLIA????




A culpa, às vezes, dói mais que feridas físicas. É o que dizem os familiares de pessoas com doenças incapacitantes quando percebem que já não são capazes de cuidar do parente sozinhos. Escolher entre procurar uma clínica de repouso, contratar um acompanhante ou manter o doente entre a família é uma decisão entremeada por angústias e insegurança.
No caso da paulistana Maria Aparecida da Fonseca Santos, de 52 anos, as tentativas de amparar o ex-marido sem ajuda profissional duraram cinco anos. Nesse período, ela se dividia entre os cuidados com o aposentado Osvaldo Fernandes dos Santos, de 80 anos, e o trabalho no salão de beleza instalado na garagem de sua casa. “Era terrível, eu ficava esgotada. Ele é teimoso e, quando decidia que queria sair, vinha ao meu salão e gritava para irmos embora na frente das clientes”, conta.
O aposentado, acometido pelo mal de Alzheimer, tinha comportamento agressivo. Por isso, algumas vezes a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tiveram de ser chamados para ajudar Aparecida. Diante das dificuldades, ela experimentou contratar um cuidador. “Primeiro veio uma mulher, que não aguentou ficar nem dois dias. Depois teve um rapaz, que ficou 5 meses. Mas começou a faltar e aí eu sentia que tinha de tomar conta do paciente e do cuidador, por isso dispensei o serviço”, relata.
Quando Santos começou a usar fraldas e a necessitar de ajuda para tomar banho e comer, Aparecida admitiu para si mesma que a situação havia ficado insustentável. Foi então que internou o ex-marido em uma casa de repouso, onde hoje o visita, três vezes por semana. Mesmo assim, ela ainda não se sente confortável com sua consciência. “A gente acaba se culpando. Às vezes, dá a sensação de que essas clínicas são depósitos de velhos que estão esperando sua hora chegar”, desabafa. E lembra que levou o aposentado para viver com ela quando amigos lhe contaram sobre comportamentos estranhos que ele vinha apresentando – como imaginar pessoas estranhas em sua casa.
A consciência de Soraya Ruffo, de 54 anos, também não a deixa em paz por ter internado sua mãe, Odila, que foi acometida pelo mal de Alzheimer aos 67 anos. “Depois de sua morte veio a culpa, com letras garrafais”, conta. Apesar do desgaste emocional gerado pela situação, a família deve entender seus próprios limites, segundo a psicóloga e gerontóloga Rose Souza Lima. “É preciso trabalhar esse sentimento de onipotência e compreender que, às vezes, o que aquele familiar está precisando não é possível oferecer.”
Presidente da Associação Brasileira de Alzheimer – Regional São Paulo, Vera Caovilla acredita que os familiares acabam se sentindo “super-homens” e deixam de reconhecer que também precisam de apoio. “O desgaste é tremendamente comum e o cuidador esquece que ele também precisa ir ao médico, cortar o cabelo e descansar. Se não estiver bem, não vai conseguir atender o paciente bem.”
Segundo os especialistas, muitas vezes a tensão emocional provoca também desgastes imunológicos. E o próprio cuidador começa a ter a saúde afetada pela situação, com repercussão nas taxas de colesterol, açúcar e triglicérides, além de variações de pressão.
Vera lembra que, no passado, dizia-se que o melhor lugar para se cuidar de um idoso era dentro de casa, no seu habitat. Mas aquele era, segundo ela, um tempo em que havia mais pessoas dentro de casa. Hoje, com os núcleos familiares menores, é difícil evitar que um dos parentes acabe sobrecarregado.
Para Rose, enquanto o paciente mantiver um pouco de autonomia, é preciso valorizá-la, promovendo uma independência supervisionada. “Quando a doença está em estágio avançado, as clínicas também são uma opção. Lá, existe o atendimento de pessoas especializadas e toda a estrutura necessária”, diz. Muitas vezes, lembra Rose, montar uma estrutura especial para atender o paciente em casa pode ser mais caro e exigir um trabalho mais intensivo da família. Por outro lado, se há essa possibilidade, a opção é boa por permitir um contato mais próximo com os parentes.
 

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/quem-vai-cuidar-dos-idosos-da-familia/

sábado, 23 de novembro de 2013

A MORTE POR SAUDADE........


 
Tem se observado em casais de idosos que, pouco tempo após a morte de um dos companheiros, o sobrevivente também morre, independentemente do país ou da cultura.
Os médicos ainda não descobriram a causa disso, mas o escritor italiano Antonio Tabucchi, em um de seus contos, sinaliza que a morte por saudade é uma forma sutil de suicídio.
No último número do “American Journal of Epidemiology”, o médico Sunil Shah observa, após análise estatística de fichas médicas de 171.720 casais da Grã-Bretanha com no mínimo 60 anos de idade, que o aumento da mortalidade entre viúvos ou viúvas não tem relação com a situação econômica ou o estado de saúde deles.
Shah destaca que a morte de um dos membros do casal idoso é a causa da morte do sobrevivente, mas não se sabe quais os mecanismos ou fatores que o levam ao óbito.
E, paradoxalmente, bom estado de saúde e elevado nível social podem aumentar o risco de mortalidade após a perda do seu companheiro.
Em outro estudo, J. Robin Mood, da Universidade Harvard, observa que a viuvez leva a um aumento de risco de mortalidade prematura, independentemente da idade ou do gênero.
Esse aumento, segundo Mood, tem sido descrito no primeiro ano após a perda do companheiro, sendo de 41% a estimativa de aumento na mortalidade nos primeiros seis meses. É o que Mood denomina de “efeito viuvez”.



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/75740-a-morte-por-saudade.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CUIDANDO DO IDOSO PORTADOR DA DOENÇA DE ALZHEIMER


 
Não se deve confundir alterações causadas pelo envelhecimento normal com distúrbios causados pela demência, erro comumente cometido. Senescência é o processo natural de envelhecimento; nele muitas mudanças acontecem mas são consideradas normais. Algumas alterações de memória e outras funções cognitivas são comuns em idosos sadios. A senilidade é o processo de envelhecimento com a instalação de uma patologia. Porém as manifestações de uma doença não acontecem “da noite para o dia”. Vão surgindo, pouco a pouco. Na demência, há um declínio lento de habilidades em administrar as responsabilidades em casa, nas atividades sociais. A perda de memória sempre ocorre na demência, mas não espere que este fato aconteça primeiro. Na verdade, quando percebemos uma falha importante na memória da pessoa idosa, muitas outras alterações já aconteceram e foram desconsideradas, ou seja, não foi dada a atenção necessária e muito menos procurado um atendimento médico especializado. Observem alguns exemplos:

O idoso está com dificuldades para realizar tarefas antes feita com muita facilidade?

Encontra desculpas poucos razoáveis para os problemas que vêm enfrentando com a memória?

Tem explosões de raiva sem motivo relevante?

Muda bruscamente de comportamento, saindo da alegria para o mau humor em curto espaço de tempo?
 
Durante um diálogo, cala-se e fica procurando palavras?

Tem dificuldade para escolher roupa apropriada e combinada para momentos diferentes?
 
Confunde dias e horários e deixa de cumprir compromissos?

Uma paciente sob meus cuidados, ainda na fase inicial da demência, vinha se vestindo de forma muito estranha. Colocava tênis com saia, calça xadrez com blusa estampada, roupa de frio no calor. Usei a seguinte estratégia, pensando em preservar a sua autonomia e independência e garantir a manutenção da sua relação sócia familiar: coloquei folhas de papel sulfite por dentro das portas dos armários, escritas com letras bem legíveis: roupas de usar com tênis, conjuntos para o dia-a-dia, conjuntos para finais de semana, roupas de verão, roupas de inverno. Fizemos isso juntas e eu coloquei que seria importante a presença dela para me ajudar.
Uma coisa é certa: as pessoas não mudam. Mesmo demenciadas, elas sempre irão demonstrar traços de sua personalidade. Pessoas agressivas vão continuar sendo agressivas e muitas vezes aumentam esta característica. Pessoas que são descontraídas, cômicas, irão continuar sendo assim. Pessoas medrosas geralmente ficam ainda com mais medos e geralmente infundados. Cabe aos cuidadores de idosos, através de conversa descontraída, perceberem as características destas pessoas, acolhendo-as com carinho, respeitando suas individualidades e sempre as conduzindo para que estejam seguras.

Por Zulmira Elisa Vono

CARTA DE UMA MÃE COM ALZHEIMER PARA SUA FILHA!!!


 
Querida filha, escute com atenção o que tenho para falar. O dia que esta doença se apoderar totalmente de mim e eu não for mais a mesma, tenha paciência e me compreenda. Quando eu derrubar comida sobre minha roupa e esquecer como calçar meus sapatos, não perca sua paciência.
Lembre-se das horas que passei lhe ensinado essas mesmas coisas.
Se ao conver…sar com você repito as mesmas palavras e você já sabe o final da historia, não me interrompa e me escuta. Quando era pequena tive que contar-lhe mil vezes a mesma historia para que você dormisse.
Quando fizer minhas necessidades em mim, não sinta vergonha nem fique brava, pois não posso controlar-me. Pense em quantas vezes, quando era uma menina, te limpei e te ajudei quando você também não podia controlar-se.
Não se sinta triste ao me ver assim. É possível que eu já não entenda suas palavras, mas sempre entenderei seus abraços, seus carinhos e seus beijos.
Te desejo o melhor para sua vida com todo o meu coração.
Sua mãe!
 

EU VOU ME LEMBRAR DE VOCÊ.........

 
 
A memória musical é talvez a última e derradeira memória que a pessoa idosa com Alzheimer irá perder. O idoso poderá esquecer-se de tudo, mas lembrará das músicas que fizeram parte de sua vida, mesmo numa fase mais avançada de Alzheimer. Este post é uma homenagem a todos que lutam bravamente para amenizar o peso da doença de Alzheimer no seio familiar. “Toda família tem uma história pessoal para contar, memórias de toda uma vida para preservar. Em especial, AS FAMÍLIAS QUE CONVIVEM COM ALZHEIMER!” Emocionante clipe de David Michael Mainelli I WILL REMEMBER FOR YOU “Oh the places you used to go, All the people you used to know, The stories that you loved to tell About a life that you lived so well. It’s fine, you can rest if you want to. I will remember for you, I will remember too.” Tradução: EU VOU LEMBRAR PARA VOCÊ “Todos os lugares que você visitou, todas as pessoas que você conheceu, as histórias que você gostava de contar, sobre uma vida que você viveu tão bem! Tudo bem, você pode descansar se quiser. Eu vou lembrar para você e me lembrarei também.” -
 
 
 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

NOSSOS VELHOS....

Pais heróis e mães heroínas do lar.
Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.
Até que um dia o pai herói começa a passar
o tempo todo sentado, resmunga baixinho
e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.
A heroína do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá de implicar com a empregada.
O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma
 hora para outra?
Envelheceram.... 
Nossos pais envelhecem.
Ninguém havia nos preparado pra isso.
Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.
Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez deles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.
Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam.
Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo
o que o médico proibiu.
Estão com manchas na pele.
Ficam tristes de repente.
Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos,
que relutam em aceitar o ciclo da vida.
É complicado aceitar que nossos heróis e heroínas
 já não estão no controle da situação.
Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.
Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.
Ficamos irritados e alguns chegam a gritar se eles se atrapalham com o celular ou outro equipamento e ainda não temos paciência para ouvir pela milésima vez a mesma história que contam como se acabassem de tê-la vivido.
Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.
Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi.
Essa nossa intolerância só pode ser medo.
Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
Com todas as nossas irritações, só provocamos mais tristeza àqueles que um dia só procuraram nos dar alegrias.
Por que não conseguimos ser um pouco do que eles foram para nós? Quantas noites estes heróis e heroínas passaram ao lado de nossa cama, medicando, cuidando e medindo febres !!
E nós ficamos irritados quando eles esquecem de tomar seus remédios, e ao brigar com eles, os deixamos chorando, tal qual crianças que fomos um dia.
É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.
 Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros...
Ainda mais quando os outros são nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar e sabíamos que estariam com seus braços abertos, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.
Façamos por eles hoje o melhor, o máximo que pudermos, para que amanhã quando eles já não estiverem mais aqui conosco...
... possamos lembrar deles com carinho, de seus sorrisos de alegria e não das lágrimas de tristeza que eles tenham derramado por nossa causa.
Afinal, nossos heróis de ontem...
serão nossos heróis eternamente ...

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

PRATICA DE EXERCÍCIOS

Praticar exercícios por 30 minutos três vezes por semana corta a chance de desenvolver demência em pessoas com 60 anos ou mais.Um novo estudo mostrou que se exercitar 90 minutos por semana reduz o risco de problemas vasculares relacionados com a demência em 40% dos casos e com prejuízo nas habilidades do cérebro em 60%. As informa...ções são do Daily Mail.

A demência vascular é a segunda forma da doença mais comum depois do mal de Alzheimer. A doença é causada por problemas no envio de sangue ao cérebro. A neurocientista e líder da pesquisa, Ana Verdelho, disse que os exercícios são ainda mais importantes para pessoas com fatores de risco como hipertensão e diabetes.
O estudo avaliou 639 pessoas entre 60 e 70 anos, incluindo 55% de mulheres das quais dois terços afirmaram que se exercitam pelo menos 30 minutos por dia, três vezes poro semana. Aulas de ginástica, caminhada e andar de bicicleta foram as mais citadas.
Os danos no cérebro podem dificultar a cognição, causar depressão, dificuldades de locomoção e descontrole urinário. Além do estudo, os pesquisadores fizeram entrevistas por telefone e visitas clínicas. Eles notaram que 90 pacientes tinha demência, 54 com demência vascular. Mais 34 pacientes foram diagnosticados com Alzheimer, enquanto 147 pacientes desenvolveram deficiência cognitiva, mas não a de demência.
Os pesquisadores acreditam que o exercício físico regular pode proteger contra a demência, mantendo os pequenos vasos sanguíneos do cérebro saudáveis. Pesquisas anteriores concluíram que manter o cérebro ativo fazendo palavras-cruzadas, jogando cartas ou trabalhando no computador também pode ajudar a prevenir o problema no cérebro.

Publicado por Fernando Nascimento em 04, nov , 2012 in Demência, Via Terra
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