Uma boa opção é o curso de cuidadores na doença de Alzheimer e idosos dependentes, realizado pela Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) em parceria com a UFF
A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), realiza há mais de dez anos, o curso de cuidadores na doença de Alzheimer e idosos dependentes. As aulas são ministradas por profissionais de diversas áreas e são direcionadas para familiares, pessoas que já cuidam de idosos, profissionais da área de saúde e para quem tem interesse em saber como lidar com as mudanças que ocorrem com o idoso.
Para Eliana Faria, uma das organizadoras do curso, a especialização para quem atua ou pretende investir neste segmento tornou-se fundamental.
“Com a falta de tempo da família que trabalha e não tem como cuidar dos idosos, além do avanço de doenças como o Alzheimer, no Brasil e no mundo, havia a necessidade de que a população idosa fosse ‘cuidada’. Muitas vezes, as pessoas que trabalhavam como domésticas passaram a exercer esse papel, mas sem o conhecimento adequado. Um cuidador não precisa ser técnico de enfermagem, e o técnico deverá fazer o curso de cuidador, já que tem uma visão bem humanística do que é cuidar”, diz ela.
A assistente comercial Flávia Alves lembra como foi difícil quando sua mãe, Maria Juliana, começou a apresentar os primeiros sintomas de Alzheimer. Flávia entrou no curso da Abraz para conhecer melhor a doença e saber como lidar melhor em algumas situações. Hoje, ela também conta com duas cuidadoras formais, já que não é aconselhável que o familiar dedique todo o tempo ao cuidado com o idoso por conta do desgaste físico e emocional.
“No começo foi complicado, muito estressante. Com o curso ficou mais fácil e eu pude ter contato com pessoas que passaram pela mesma experiência”, conta.
Regina Célia é cuidadora de idosos há dez anos e desde 2011 cuida de Maria Juliana. Regina conta que o começo foi complicado, mas hoje as duas se dão muito bem. A cuidadora acompanha Maria Juliana todos os dias da semana e é companheira para tudo, principalmente na hora dos jogos, fundamentais para estimular o cérebro.
“Eu gosto dessa profissão, principalmente pelo amor que se deve oferecer. Os idosos voltam a ser crianças e precisam de atenção”, diz a cuidadora.
“Se não tiver conhecimento, a pessoa vai sofrer muito mais. Por isso, é bom compartilhar e se orientar. É fundamental ter tolerância, amor e, principalmente, consciência de que o idoso não vem com manual de instruções”, brinca.